Publicado por: carlosgomesdeoliveira | julho 3, 2009

Porque dançar?

  1. A arte expressa a condição da alma do artista
  2. A dança é a manifestação do puro êxtase no movimento
  3. A técnica não deve jamais sufocar o processo criativo
  4. Quanto mais o trabalho muscular, menor a sobrecarga articular
  5. O músculo parece guardar a memória daquilo que vivencia.  Movimentos bruscos podem machucar e dificultar o aprendizado. Movimentos suaves tendem a se tornar tecnicamente perfeitos.
  6. O corpo é selvagem e preguiçoso. O mérito da(o) bailarina(0) está em conseguir domá-lo e discipliná-lo
  7. É preciso respeitar a individualidade da pessoa que aprende a dançar tanto fisicamente aceitando os limites, quanto seus movimentos de vida e sua compreensão do mundo.
  8. Ser mulher é guardar segredos. Cada mulher é um mistério único a ser desvendado

Ps: Do livro de dança Bernardini

PORQUE BAILAR

Para ficar mais inteligente

Ivaldo Bertazzo, coreógrafo e diretor da Escola do Movimento

“ O movimento é essencial para o corpo de manter organizado.  Do contrário, ele desaba. E o movimento nada mais é do que a luta contra a gravidade. Funciona assim para qualquer bicho. Mas para os humanos é mais difícil, pois nossa locomoção bípede nos torna mais instáveis do que qualquer outro animal. O movimento também é importante porque serve como um estímulo para nosso sistema nervoso manter-se sempre à procura de seu centro de gravidade.

Então, imagine o que a dança faz por nós. Um bebê, que sequer começou a andar, já se balança quando ouve uma vibração. Nele há um desejo intrínseco de brincar com seu centro de gravidade e de desafiar o cérebro a encontra-lo. Responder a um ritmo, portanto , é uma necessidade anterior a tudo. Para conseguir dançar, precisa ainda mais do que isso: é necessário administrar os movimentos do corpo. Só desse jeito se consegue enfrentar cadência e locomoção ao mesmo tempo. Quando isso acontece, é como se o corpo fosse mais rápido que o pensamento.

Por que sentimos prazer quando dançamos numa festa ou numa danceteria?. Quando fazemos isso, estamos abrindo o reduzido leque de movimentos que fazemos no dia a dia. Ele é tão pequeno e cheio de objetividade que precisamos ampliá-lo. Nesses momentos, ainda estimulamos o sistema nervoso. Dançar também é isso: um exercício para ficar mais inteligente.”

O ritmo está dentro do homem

Rodrigo Pederneiras – Coreógrafo do Grupo Corpo

“Como manifestação cultural, os motivos que nos levam a dançar sempre foram diversos: as sociedades dançam par comemorar ou para pedir uma boa colheita, para celebrar um nascimento ou homenagear um morto. Como arte, porém, acho que a dança pode mudar as pessoas. Quando percebemos o que podemos fazer com o corpo, olhamos para nossos limites com um horizonte maior. Também por ser poderosa como toda arte, a dança nos dá completude. Acreedito que até mais do que outras formas de expressão. A dnça é intrínseca ao ritmo, começa com a pulsação. E o pulso é intrínseco ao ser humano, vem de dentro do nosso corpo.”

Movimentos têm conhecimento

Elisabeth Zimmerman, professora de Psicologia do Desenvolvimento aplicada à Dança, na Unicamp

“Será que o corpo possui inteligência própria quando dança ou é completamente subordinado a um comando de nosso cérebro?. Acredito que lelé possui, sim, um conhecimento próprio. Carrega consigo uma memória mais antiga do que nós mesmos, registros que não estão nas nossas nossas lembranças e vão além da história pessoal. É isso que faz com que saibamos agir mesmo quando não nos foi ensinado – assim acontece, por exemplo, em situações de defesa, agressão, reprodução, ou mesmo em processos criativos, como a dança.

Por que gostamos de dançar?. O corpo é a casa onde moramos. E, quanto mais à vontade estamos nele maior é o nosso bem-estar. Dançar é, metaforicamente, um estado similar ao que tínhamos quando éramos bebês e vivíamos quase exclusivamente como corpo. Assim, de certo modo, ao dançar recriamos aquela atmosfera, quando a relação com nossa mãe proporcionava um estado de plenitude. Essa sensação também acontece porque a dança possibilita a conversa ente o lado externo do corpo (tamanho, peso, postura, pele, etc.) e a nossa realidade interna, representada por nossas sensações, sentimentos, percepções e memórias. É por isso que ao obsevarmos pessoas absorvidas pela ação de dançar, tudo parece estar conectado para elas.”

O corpo é um arquivo vivo

Giselle Guilhon, professora no curso de Licenciatura Plena em Dança na Universidade Federal do Pará

“Se o homem descende, de fato, dos macacos, em algum momento da sua evolução ele esticou sua coluna e assumiu uma postura ereta. Essa mudança em seu corpo trouxe várias outras, como o crescimento do cérebro e o aparecimento dos gestos e da fala. A dança pode ser vista como resultado dessa sofisticação. Ela vem da necessidade de comunicar alguma coisa ou comunicar-se com algo.

Dançamos por razões diversas: para contestar, seduzir ou mesmo para mostrar resistência . Nesse caso, o corpo, como um arquivo vivo, transforma-se numa espécie de depósito onde guardamos memórias da nossa identidade. Os ciganos são uma boa prova disso. Embora estejam espalhados pelo mundo, eles preservam elementos culturais –  danças, músicas, figurinos. Poderíamos, nesse sentido, afirmar que, quando os ciganos dançam, estão restaurando o comportamento de seus ancestrais. Danças são memórias em ação. Elas também refletem valores: éticos, estéticos, morais, religiosos, sociais.

Os bailes da Corte europeia, por exemplo, transmitiam e revelavam toda a pompa daquele universo. Entre outras coisas, a dança dos nobres mostrava o padrão considerado elegante para as mulheres (um corpo delicado e longilíneo), a maneira como as relações aconteciam (os homens cortejavam as moças e não o contrário) e até o jeito como as pessoas deveriam gesticular. Quando um rei visitava outro, a dança era o primeiro cartão de visitas da corte anfitriã. O ser humano não consegue operar com eficácia numa determinada cultura sem entender seus códigos. Quanto mais complexa ela for, maior será a variedade desses códigos. A dança pode funcionar como um código específico e eficaz para transitar num contexto.

Publicado por: carlosgomesdeoliveira | abril 8, 2009

FUNDAMENTOS DO SAMBA DE GAFIEIRA

FUNDAMENTOS DO SAMBA DE GAFIEIRA

1. PASSO BÁSICO (QUADRADO ABERTO)

Etapa 1

1.1. Início – pés juntos e paralelos
1.2.. Com o peso no pé direito desloque o pé esquerdo à frente (Posição B) e coloque o peso neste pé
1.3. Com o peso no pé esquerdo, desloque o pé direito à frente próximo (paralelo) ao pé esquerdo sem apoiá-lo  no chão e em seguida faça o deslocamento para a lateral direita apoiando e colocando o peso neste pé (Posição C)
1.4. Com o peso no pé direito junte o pé esquerdo ao direito.

passo-1-samba-de-gafieira-f1

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Etapa 2

1.5. Transfira o peso do pé direito para o pé esquerdo
1.6. Desloque o pé direito para trás (Ponto D) colocando o peso neste pé
1.7. Com o peso no pé direito, desloque o pé esquerdo para trás para próximo ao pé direito sem apóia-lo  no chão e em seguida faça o deslocamento para a esquerda apoiando e colocando o peso neste pé (Pos. C)
1.8. Junta o pé direito ao esquerdo e reinicie o processo anterior

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2. PASSO BÁSICO (QUADRADO FECHADO) OU SIMPLESMENTE PASSO BÁSICO

2.1. Início – pés juntos e paralelos (Posição A)
2.2.. Com o peso no pé direito desloque o pé esquerdo à frente (Posição B) e coloque o peso neste pé
2.3. Com o peso no pé esquerdo, desloque o pé direito à frente (posicionando ao lado do pé esquerdo) e coloque o peso neste pé (Posição C)
2.4. Transfira o peso para o pé esquerdo e desloque o pé direito para trás colocando o peso neste pé (Posição D)
2.5. Desloque o pé esquerdo para trás colocando o peso neste pé, em seguida mude o peso para o pé direito e reinicie o processo a partir do item 2. 2

passo-3-samba-de-gafieira-f1

bloco2

IMPORTANTE

Ao deslocar o pé à frente faça-o apontando a ponta do pé (ou meia ponta ) para o solo.
Toda a vez que o pé muda de posição o peso vai sobre ele, neste momento encosta o calcanhar no chão
Para liberar um pé faça a troca de peso bem definida, dobrando levemente o joelho
Ao transferir o peso o corpo deverá estar totalmente apoiado na perna de apoio.
Conte os movimentos de AB C ou CDA , sendo:  Um, dois, três ou “Con”, “tra”, “tempo”  esta contagem irá estabelecer o ritmo de acordo com a música.
Faça este passo básico locomovendo-se  no salão,  mudando de direção, simplesmente virando levemente a ponta do pé

NOTA
O quadrado nos próximos itens serão colocados apenas como  ponto de referência pois os passos podem ser mais ou menos longos e direcionados de acordo com a vontade do cavalheiro.

Carlos Gomes de Oliveira

Publicado por: carlosgomesdeoliveira | janeiro 30, 2009

Padronizar ou Deixar Nosso Samba Morrer ?

 

Rio de Janeiro, 26/01/2009

Quero dar destaque ao objeto da entrevista dada por Carlinhos de Jesus sobre o “Syllabus” do samba de gafieira.

É fato que os estilos de danças já consagrados no cenário internacional têm como alicerce a sua padronização, ou seja é fixado para cada movimento, figura ou passo um “nome” em alguns casos acrescidos de um “número” temos como exemplo o “ballroom dance”, o “Latin Dance” etc.

Com certeza como uma dança típica da cultura brasileira, o Samba corre o risco de perder sua identidade se não tiver sua padronização estabelecida e praticada por todos os profissionais, dançarinos e professores, que de uma forma ou outra o divulgam através de eventos, cursos e mídia.

O que seria essa padronização, simplesmente estabelecer oficialmente, por  entidade voltada a esse fim, a nomeclatura dos passos criados originalmente para o Samba de Gafieira durante toda sua evolução

Outra providência a ser adotada é buscar sua divulgação dentro e fora do Brasil, utilizando a Internet como veículo principal dessa divulgação.


Entrevista 1

 

Entrevista 2

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